Um “Bom dia” pode ser interpretado de várias maneiras.
Pode querer
dizer que a pessoa está te desejando um bom dia, pode estar te perguntando se
seu dia está sendo bom, ou pode simplesmente estar afirmando que o dia dela
está sendo bom, sem que isso altere seu dia.
Mas, é de bom tom que respondemos com
igual cortesia...
...ela estava andando pelo centro de Suzano quando percebeu que
chegaria atrasada andando pela Glicério. O fluxo de pessoas atrapalhava seu
andar e ela estava sempre sendo forçada a parar, empurrada para trás por causa
da multidão. Decidiu, então, seguir pelas ruas residenciais paralelas. Andando
pela frente de uma bela casa, ela percebeu que um senhor a observava.
Ele
estava sentado na calçada de uma casa grande e moderna simplesmente, olhando o
pouco movimento do local.O mais legal dessa parte da cidade é a coexistência de
ambas as realidades, a agitação das ruas principais e a monotonia das ruas
residenciais esquecidas em meio de tanta correria.
Ela andou se concentrando em seus passos (uma mania muito comum
quando se está sendo observada), se controlando ao máximo para não ceder a curiosidade de olhar para o rosto dele.
Ele nem ao mesmo tentou se
controlar, seguia o caminhar dela com ávido interesse. Quando ela passou pela
frente de sua casa, ele simplesmente acenou e disse com uma entonação que
tornou difícil a compreensão de sentido:
- Bom dia moça?!
Sem entender em qual das opções retratadas no começo dessa narrativa se encaixava esse bom dia, simplesmente seguiu a dica que demos:
- Bom dia!
Disse-lhe desejando um bom dia, e respondeu que seu
dia estava sendo bom até o momento, abrangendo as possíveis respostas.
Ela seguiu seu caminho... e parou de segui-la com o olhar, parou de parecer importante.
Seria perfeitamente normal dizer que nunca mais se viriam, mas
nessa cidade pequena as pessoas se encontram pelos motivos mais estranhos...
Seguindo seu mais recém adquirido costume, ela ia pelas ruelas
paralelas. Quando vê, eis que surge a sua frente..., o ladrão.
O assalto foi rápido e sem tanta violência, dos típicos em
Suzano. Ela entregou seu celular junto com sua carteira e o ladrão
ainda teve a ousadia de lhe mandar um beijo enquanto se afastava... se ela viu o
rosto dele, não se lembrou...
O nervosismo foi tanto que se esqueceu desses detalhes.
O
único detalhe que guardou foi a blusa de frio que ele usava, preta com partes
das mangas e o interior do capuz azuis.
Meio nervosa e meio revoltada, ela seguiu direto para a
delegacia.
Não possuía pertences importantes ou insubstituíveis, era pela situação. Uma
cidade sem segurança, onde em plena luz do dia não se pode andar fora de
caminhos tumultuados e tortuosos.
Estando na delegacia, esperava pacientemente
pelo momento em que seria ouvida, quando vê de relance passar pelo seu lado uma
blusa preta com detalhes em azul. Sentiu-se assustada e pensando na
possibilidade de ver a justiça segura com todas as forças.
O vulto que se
materializou ao seu lado, um homem intrigado e um pouco feliz com a situação,
olha para ela, e reconhece. Ambos sem conseguir pensar em uma
próxima ação, dizem ao mesmo tempo em um tom idêntico, mas novamente
indefinível:
- Bom dia!
O que importava e que horas eram?
O que importa é: o que queriam dizer
com aquilo?
A simples cortesia em se preocupar com tal frase já demonstra no
mínimo um respeito. E nessa situação, esse fato fez com que tivessem um assunto
em comum...
Allan Victor do Nascimento Vieira
Aline Santos Peixinho
Andressa Xavier de Andrade Santos
Cassandra Borges Alves
Murilo Figueiredo Martinez Ribeiro
Natalie Prada Domingos
Rodrigo Henrique Máximo de Moraes
3º B
2013