Em meados de
1999, andei pela cidade de pés descalços, porém de olhos bem abertos, e de tudo
um pouco pude ver lá.
Todo dia,
pedalava rapidamente para minha amada escola de acesso para poucos, tinha um
imenso orgulho dela, já que lá eu podia ver gente que cada dia mais batalhava
para mostrar seu poder aquisitivo, lembro também que era um dos mais pobres de
lá.
No caminho para
casa, com a mesma bicicleta, com as mesmas pessoas do lado, debaixo do mesmo
sol, me queimei até ver meus braços mais escuros que a barriga.
Em casa, me
deliciava com o almoço mais diferenciado e balanceado que alguém pode ter: ovo
frito, ovo cozido, ovo mexido, sempre em dupla, para render até o jantar.
Meu pai chegava
do serviço quando eu já havia dormido, e partia para o mesmo quando eu ainda
não tinha despertado. Sempre amei meu pai, que sem eu ver nada, fez de tudo
para mim.
Quando digo que por
lá andei descalço, é porque queria sempre manter meus pés no chão, e os olhos
abertos para ver melhor a realidade, que embora fosse pacata, havia um cheiro
intrigante e curioso como o de um drink, que você toma o subestimando e que
depois de tomá-lo percebe que na verdade você está tomado por sentimentos e
sensações, que por diversas vezes você ignorou naquele seu dia pacato.
E por que não
relembrar esses meus dias de glória na minha pacata cidade? Que talvez de tão
pacata me faz querer um grande amor, um emprego inovador, e que por isso me faz
dizer como eu a amo por mostrar o que talvez seja a vida e o seu valor, e
mostrar que a hora não passa quando passamos a hora esperando algo.
Felipe Aparecido Dias Marques Almeida
Larissa Durães Rabelo
Jussara Heloise dos Santos
3ºB
2013