..me lembro do dia que acordei. Acordei da ressaca de dois anos em
coma, deitado num leito da Santa Casa de Suzano. Mal sabia o que acontecia.
O motivo de tudo estar abandonado: nos pontos de ônibus não havia ninguém, as
vans estavam vazias e os ônibus da Radial estavam estacionados pelas ruas.
O
que aconteceu?
Onde estavam todos?
Andei sem rumo e procurando respostas: “Para onde iria?” Continuei
a andar, até que cheguei na praça da prefeitura e me deparei com a primeira
visão daquelas coisas: seres que nunca pensei que veria. Minha primeira reação
foi permanecer ali, parado, mas sabia que deveria correr até me livrar daquele
ruído. O que eram? Hoje sei. Um vírus do córrego do Colorado sofreu uma mutação
genética com os gases tóxicos da Companhia de papel, se espalhou infectando todos os cidadãos.
Todos se transformaram em zumbis
sedentos por sangue e carne humana, zumbis que ouviam o funk de Suzano... mais
nova sensação...!
Consegui escapar e cheguei onde estou agora. Ma, nada nunca mais
foi o mesmo e nunca mais será. Nunca mais sentiremos o cheiro peculiar do ponto
de ônibus do Raul Brasil ou veremos as carpas das fontes da praça da
prefeitura. Agora o que prevalece é a sede por sobrevivência.
O que faremos?
O
que o destino nos reserva?
Um lar no CDP do Parque Maria Helena ou no gramado
verdinho do Max Feffer?
O que sei, é que jamais abandonarei esta cidade, e muito menos me
renderei ao que tem de pior nela...
Ana Vitória Stamoglou Soares
Raquel Ferreira Xavier de Souza
Samanta Ferraz Gomes
Stéfany Senas Figueiredo
Naliny Milena da Silva
3ºC
2013