sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"Os zumbis de Suzano..."

..me lembro do dia que acordei. Acordei da ressaca de dois anos em coma, deitado num leito da Santa Casa de Suzano. Mal sabia o que acontecia. O motivo de tudo estar abandonado: nos pontos de ônibus não havia ninguém, as vans estavam vazias e os ônibus da Radial estavam estacionados pelas ruas.

O que aconteceu?

Onde estavam todos?

Andei sem rumo e procurando respostas: “Para onde iria?” Continuei a andar, até que cheguei na praça da prefeitura e me deparei com a primeira visão daquelas coisas: seres que nunca pensei que veria. Minha primeira reação foi permanecer ali, parado, mas sabia que deveria correr até me livrar daquele ruído. O que eram? Hoje sei. Um vírus do córrego do Colorado sofreu uma mutação genética com os gases tóxicos da Companhia de papel, se espalhou infectando todos os cidadãos.

Todos se transformaram em zumbis sedentos por sangue e carne humana, zumbis que ouviam o funk de Suzano... mais nova sensação...!

Consegui escapar e cheguei onde estou agora. Ma, nada nunca mais foi o mesmo e nunca mais será. Nunca mais sentiremos o cheiro peculiar do ponto de ônibus do Raul Brasil ou veremos as carpas das fontes da praça da prefeitura. Agora o que prevalece é a sede por sobrevivência.

O que faremos?
O que o destino nos reserva?
Um lar no CDP do Parque Maria Helena ou no gramado verdinho do Max Feffer?

O que sei, é que jamais abandonarei esta cidade, e muito menos me renderei ao que tem de pior nela...

Ana Vitória Stamoglou Soares
Raquel Ferreira Xavier de Souza
Samanta Ferraz Gomes
Stéfany Senas Figueiredo
Naliny Milena da Silva
3ºC
2013